Quem saberá? Chegue um tempo em que seremos forçados a abraçar nos, uns aos outros, simplesmente para sobreviver? Sim, a nossa sobrevivência, pura e simples. Quando o que menos importará serão nossos egos e vantagens de uns, e desvantagens de outros.
Talvez hoje mesmo, poderemos estar caminhando sobre pedras em mar revolto, oscilando perigosamente, sem ao menos desconfiar de como está o céu sobre nossas cabeças. Vejam, estamos em um mundo repleto de bilhões, onde, se puxarmos um fio aqui, algo cai lá, de outro lado de nossso pequeno planetinha. Basta sentar à mesa, com nossa refeição à frente, quem produziu este pão? De onde veio esta manteiga, a energia que nos refrigera? O remédio que nos conserva vivos? O o veículo que nos transporta, e suas milhares de peças? Como ignorar que mais parecemos um organismo vivo, uma colônia ou um enxame de abelhas? onde não cabe mais a falsa ilusão de que poderemos sobreviver sozinhos, pelo menos não a longo prazo. É admiravel a inocência, ou, quem sabe, a ignorância de quem prega a violência, a divisão entre nós e eles, a guerra, e toda sorte de males, será que não está claro que teremos que nos arranjar por aqui mesmo? Fora desta pequena bolha de ar azul, não ha outro lugar, aqui respiramos o mesmo ar, bebemos da mesma água.
Precisamos dar o passo adiante, apesar de nós, de nosso egoismo, de nossa individualidade, apesar de nossas diferenças culturais, raciais, ou outra de qualquer gênero possam perdurar ainda por muitos anos, os desafios que nos esperam neste tempo, e nos outros, não nos deixarão alternativa, pois, mais cedo ou mais tarde, estarão, à nossa frente, questões que nos interrogarão, e das quais não poderemos nos desviar, seremos perguntados se iremos, aos bilhões, para a morte, ou sobreviveremos, como fato, e não como uma suposição longínqua.
Fonte:
Ricardo